ABSTRACT
OBJETIVO: Propor um modelo matemático para a estimativa da reprodutibilidade basal, R0, para a febre amarela urbana em uma área infestada pela dengue. MÉTODOS: O método utilizado considera que, como ambas as doenças säo transmitidas pelo mesmo vetor (Aedes aegypti), poder-se-ia aplicar todos os parâmetros quantitativos relativos ao mosquito, estimados pela fase inicial da curva de crescimento de casos de dengue, à dinâmica da febre amarela. Demonstra-se que o R0 da febre amarela é em média 43por cento menor que o da dengue. Esta diferença deve-se à viremia mais prolongada da dengue, bem como ao menor período de incubaçäo extrínseco daquele vírus no mosquito. RESULTADOS: Apresenta-se a aplicaçäo desta análise matemática à situaçäo epidemiológica da dengue no estado de Säo Paulo, para o ano de 2001, onde o número de casos de dengue aumentou de 3.582, em 2000 para 51.348, em 2001. Calculou-se o valor de R0 para a febre amarela para cada cidade do estado que tinha R0 para dengue maior que um. Estimou-se o número total de pessoas desprotegidas, sem vacina, e que vivem em áreas de alto risco para a febre amarela urbana. CONCLUSOES: Foi demonstrado que existe, um grande contingente de pessoas näo vacinadas contra febre amarela vivendo em áreas infestadas por Aedes aegypti no Estado de Säo Paulo, até aquela data (2001)